
Na minha opinião, o pivot de um telejornal pode ser um agente activo, uma ferramenta nesta PNL. É um actor antes de ser jornalista. Portanto tem um guião, um argumento a seguir, enquanto actor. Julgo que a expressão corporal, tom de voz, atitude, postura, são pormenores que uma linha editorial não deixa ao acaso. Na minha realidade, 80% do jornalismo que vejo está estrangulado pelas linhas editoriais que estão, também elas, estranguladas pelos grupos a que pertencem. Temos uma comunicação muito pouco social. É mais uma propaganda social. E esta forma "abstracta" de comunicação ou propaganda tem sido explorada para condicionar as escolhas do Homem ao ponto de nos fazer crer naquilo que nos é benéfico ou não, ou o que devemos ou não temer.
A Programação Neurolinguística tem muito mais que se lhe diga, a avaliar pelo que encontrei na net. Esta questão da manipulação parece-me ser uma das vertentes duma matéria que julgo multifacetada. Aconselho as buscas na net por sites, artigos, documentos, relatos, tudo o que parecer interessante sobre o assunto. Tirem as vossas conclusões que eu tirei as minhas.
Num zapping à hora de almoço vejo a Sra. Hillary Clinton, convidada de um talk-show. Lá estava a tal vertente persuasora da PNL em todo o seu esplendor. Um autêntico teatro a começar pela postura certa da anfitriã. Com um olhar atento, interessado, acenava com a cabeça num assentimento constante à convidada que, debaixo de um banho de luz que lhe dava não uma mas 18 auras e 2 auréolas, explicava qualquer coisa que devia ser emocionante. Não sei o tema da conversa porque baixei o volume. Estava a comer e eu estou cada vez mais BSI (Bull-Shit Intollerant). Mas dava para perceber que o realizador queria mostrar o clima de tensão no estúdio. A alternância entre o grande plano das espectadoras e dos seus olhares atentos, também elas no seu "sim" constante com a cabeça em sinal de reverência, e o grande plano da convidada que discursava de olhos brilhantes, demonstrava bem qual a mensagem subliminar a ser passada: "Esta senhora sabe do que fala!", "Ouçam-na, admirem-na", “É nela que devem acreditar”. Claro que a partir do momento em que o telespectador começa a identificar estas manobras, descobre que assiste não a talk-shows e entrevistas mas sim a espectáculos de televendas camuflados. Tenho que corrigir. Acho que cada vez menos se preocupam em camuflar. Já é tremendamente descarado. Só falta o telespectador querer ver e identificar a manobra.