quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Do ambiente

Que a Natureza está a reagir às agressões do Homem, eu não dúvido. Que essas reacções são "perigosas" para o bicho Homem, também concordo. Mas não acredito nas medidas pró-ambiente que nos querem impingir. O plástico é um problema. Mas a nossa necessidade em produzi-lo é um problema ainda maior. A emissão de CO2 e NOx para a atmosfera é outro problema. A necessidade da produção indústrial na qual toda uma economia acenta é um problema ainda maior. O consumo de hidrocarbonetos é um problema. A nossa necessidade em consumi-los é um problema ainda maior. A matemática da coisa é simples: elimine-se um dos factores e o resultado é Zero. Elimine-se a necessidade, acaba-se o problema. O esquema económico actual não permite, não dá espaço às preocupações ambientais. São incompatíveis. São interesses em rumo de colisão. O que até poderia ser engraçado se tivessem os dois o mesmo peso, a mesma tonelagem. Mas não é assim, e continuando a analogia náutica, um é uma casca de noz, o outro um petroleiro fully loaded... a casca de noz nem a tinta da proa lhe arranca. É abalroada e despedaçada em segundos. É necessário explicar quem é quem? …também acho que não. Pode-se dizer que é fácil mandar bocas para acabar com a necessidade e tal... e fazê-lo? Pois... eu não sei. Mas sei que há alternativas por explorar. Porque não investir mais em explorar e desenvolver essas alternativas em vez de se investir em armamento e defesa, por exemplo? ...e numa defesa que acaba por ser fictícia. Está mais que provado que o "perigo" de que nos defendemos é muitas vezes criado pelos "nossos líderes" "em nossa casa". (entendam-se as aspas como expressões e conceitos a serem repensados) Se é de dinheiro que se quer falar, então ao menos que se pense que nos andam a fazer gastar dinheiro naquilo que outros querem, quando querem e lhes favorece os interesses. Não se gasta o dinheiro para criar ou procurar o bem-estar do homem.

Pequeno detalhe 1:
- Hoje em dia até uma catástrofe NATURAL serve para encher os bolsos de alguém. Qual é a NATURALIDADE disto? Um outro problema a meu ver é uma passividade, uma dormência geral que se vê nas pessoas quando de facto acham NATURAL que, por exemplo, a reconstrução de Port-Au-Prince «deve ficar à volta de 7 mil milhões de dólás», palavras do Sr.Eng. encarregue da obra. Alguém vai ter que pagar (100 mil já pagaram, mas isso são outras contas). E alguém vai receber. Devemos questionar isto.

Até há pouco tempo não tinha consciência disto: a Terra fica cá. Poluída ou não, com vida ou não, mas fica. Não é por homem desaparecer que o planeta deixa de existir, deixa de andar à volta do Sol. A Terra regenera-se. As probabilidades de o Homem voltar a existir depois da extinção é que devem ser poucas. Digo eu. Acho que a Terra acaba por levar a melhor. E uso esta expressão de "levar a melhor" porque não consigo explicar-me de outra forma. Outro conceito a repensar: "ficar a ganhar".
Saber se os cientistas sofrem pressões para torcer ou distorcer números, a favor ou contra, esta ou aquela linha de pensamento é, para mim, irrelevante. Não devemos duvidar quando dizem que alguém está a manipular a questão ambiental. Eu não dúvido. Tenho a certeza. Há manipulação quando querem fazer crer que há uma solução para o ambiente e que essa solução passa por medidas acordadas em cimeiras de fachada. É que também estas pseudo-cimeiras são para encher os olhos. De areia. Daqueles que ainda acreditam.

Pequeno detalhe 2:
Faz algum sentido, numa comunidade internacional preocupada com a qualidade do ar, o efeito de estufa e mais-não-sei-quê, faz algum sentido existirem quotas para as emissões de CO2? Não faz qualquer sentido. E se se pensar que um país cujas emissões de CO2 ficam aquém da sua quota pode vender o restante dessas mesmas um país que exceda por sua vez a sua, vê-se que se está perante uma palhaçada. Até a existência de uma entidade verificadora para garantir que quem se comprometeu cumpre, é um sintoma de como nos andam a enganar.

Quando o Homem se preocupar com o homem, acaba-se o problema ambiental. O homem é o ambiente. O ambiente é o homem. Como é a mosca, o cão, a pedra, a árvore... O homem é parte integrante, activa, é uno com o ambiente. Nós não temos que pensar numa solução. Pensemos no bem-estar do homem, integrado com o que o rodeia e temos a resposta para o problema ambiental. Nós somos a solução. Claro que quando isso acontecer, se acontecer, vamos sentir que muitas coisas melhoraram antes de repararmos nas melhorias no ambiente.
Já fui um defensor acérrimo de tudo o que fosse pró-ambiente. Se é verde é bom! Agora tenho para mim que o ambiente é o menor dos nossos problemas. É a equipa médica, de volta do doente moribundo, preocupada com uma micose nas unhas. Tratem o doente e verão se a micose não passa.

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