sábado, 13 de março de 2010

Nem 50 cêntimos!

Se há coisa que vou tentando combater em mim é esta vontade primária que tenho em mostrar aos outros a sua estupidez. Isto é de uma arrogância extrema, eu sei, e como tal, um comportamento repudiável. Mas eu estou longe de ser perfeito e, como disse, é um comportamento que tento combater.
Hoje, antes de pensar na estupidez, penso na falta de educação que leva os outros a se estupidificarem. Este processo é-me, no entanto, bastante difícil de assumir.

Um bom exemplo da dificuldade que tenho em não apelidar os outros de "estúpidos" é este caso da catástrofe na Madeira. (Já agora... ainda ninguém se perguntou porque é que uma das zonas mais afectadas tem o nome de "Ribeira Brava"?)

O lento retorno à normalidade na ilha trouxe também o regresso da besta - a besta que os madeirenses teimam em eleger para os governar. A mesma besta que é responsável pelas vidas que se perderam. Está agora provado que os avisos foram dados. Anos antes. O que o torna responsável. Primeiro ele e depois aqueles que continuam a achar que por ele devem ser governados. A prova disso, diga-se, foi dada numa resposta a uma jornalista que questionou esse pseudo-democrata sobre o peso dos pareceres dos ambientalistas quanto à reconstrução das áreas afectadas. A resposta do ogre ditador foi: "...mas quais ambientalistas?! O ambientalista aqui sou eu!!!" Claro que és Beto, e a prova está à vista!

Vejo todos os dias os apelos à ajuda e solidariedade para com os madeirenses. Mas esta postura do Beto leva a que o meu raciocínio siga a seguinte linha: "se grande parte do meu rendimento vai para o estado, que por sua vez vai patrocinar as tais políticas ambientalistas do Beto, então porque razão vou eu ser solidário e ajudar os madeirenses, se os tenho ajudado, involuntariamente, todos os anos?" Não há razão. Querem cobertores?! Peçam-nos ao Alberto. Eu não dou. Nem um cobertor, nem uma fralda, nem um cêntimo. Já dei demais! Ou melhor, CONTINUO A DAR!

(Um exemplo: eu pago portagens na área de Lisboa e um madeirense não paga uma única em toda a ilha... que está mais esburacada que um queijo suíço... e "esburacar" tem custos altos! Quem é que paga tudo isto? Os "cubanos", na sua voluntariedade forçada.)

A máxima oriental do «não dês o peixe mas ensina a pescar» aplica-se aqui perfeitamente. Ou seja, madeirenses aprendam, eduquem-se, vejam, informem-se, abram os olhos! O desenvolvimento da Madeira não passa só por dar condições aos monstros da hotelaria para se estabelecerem na ilha. O desenvolvimento da Madeira deveria estar muito para além do turismo. Mas quem deve decidir isso são vocês, madeirenses. Vocês é que sabem. Não me venham é pedir dinheiro porque tomam a decisão errada... constantemente! (até a "Visão" eu deixei de comprar quando vi que da edição dessa semana, 50 cêntimos iam para apoiar a catástrofe da Madeira. Já pago impostos suficientes!)

Quem os escolhe, que lide com eles. Daqui levam SÓ o profundo e sincero sentimento de dôr que sinto pela perda de vidas humanas.  A ajuda não é comigo. Peçam-na a quem vocês escolheram. Peçam-na ao vosso "ambientalista".

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