sábado, 13 de fevereiro de 2010

Olha que chatice

Sobre o Primeiro Ministro caem agora as suspeitas de querer controlar a comunicação social. Como se a comunicação social não fosse já controlada. Ou condicionada, pronto. Não é a primeira vez que um governo cá na terra mostra esta vontade. Parece-me é que este, conduzido pelo Sr. Sócrates, se destaca pela ambição. O Sr. Santana Lopes ficou-se por afastar um comentador. Com Sócrates já lá vão uma pivô de um Jornal Nacional e um director do canal de televisão que transmitia esse jornal. Mais as suspeitas da intenção de compra de uma máquina de comunicação voltada para a propaganda do governo. Mas nós precisamos é de pessoas assim ambiciosas e empreendedoras.

Eu sou da opinião de que o problema já não se prende com ideologias políticas, partidos ou “homens do leme”. Não é a Sra. Ferreira Leite que é melhor que o Sr. Sócrates. Nem o Sr. Louçã é melhor que o Sr. Portas. É indiferente. Para mim, é este sistema económico global que está implantado que vai acinzentar e corroer qualquer cor política que nos venha a governar. O próprio voto é uma ferramenta deste sistema que nos ilude com a ideia de que escolhemos quem nos governa. É a Lei do Lucro que nos governa e é ela que vai corromper o mais íntegro dos políticos (se é que ainda existem) que o eleitorado venha a escolher. E este é o melhor cenário que se pode pôr: existir alguém íntegro com ideias credíveis, humanistas, dentro do nosso universo político. Se esse alguém não fôr corrompido é, já se sabe, afastado. Por isso, repito, a escolha que o eleitorado faz é uma ilusão. É uma mentira.
Quantos partidos cumprem integralmente os seus programas eleitorais e promessas políticas? Eram 150 mil quê?! Desempregados?! Prometem-nos reduções de impostos e mais trinta-por-uma-linha sabendo à partida que não podem cumprir. E se eu tivesse fundamentado a minha escolha nessas promessas? Qual o resultado da minha escolha?! Escolhi o quê?! Se quem escolhi me prometeu algo que não cumpre, não terei eu o direito de poder fazer uma nova escolha?! Ou tenho que ficar mais 3 anos a ser governado por alguém em quem perdi a confiança?
As perguntas não são novas. É mesmo na sua recorrência que se deve reflectir. Já não será altura de pensarmos na razão que leva a que estas questões estejam constantemente a ser levantadas? 
Será o medo da mudança que nos impede de ver a falência de um sistema social, político e económico ao qual nos acomodámos?

O governo anterior tentou calar bocas incómodas, este quis ir mais longe, e o próximo provavelmente fará pior. E isto é natural que aconteça. O saque ao país continua, a situação económica não melhora, portanto há muito para esconder, bolsos para encher e bocas para calar.
Cada vez mais tento ver o lado bom das situações más. O lado bom desta é que isto talvez seja um dos primeiros sintomas de uma queda. Não é que eu tenha o desejo de ver algo a ser destruído. O meu desejo é de ver algo melhor a ser construído.

1 comentário:

Tarelho disse...

O sr. Socrates tem talento, temos de admitir. Calar uma boca como a da "Manuelinha" não é nada facil. Custava-me ver a peixeirada que era esse jornal, mas pelo menos era uma leve representação de o que acontece quando os jornalistas dizem o que acham. E claro que numa "democracia" é uma pervoice que os jornalistas digam o que acham!
Cumps, continua!

 
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