domingo, 21 de abril de 2013

Inspira / Expira

O grande chefe da Nestlé veio dizer, entre outra barbaridades, que a água não é um bem comum - deve ser privatizada. (Para ver aqui)
A muitos milhares de quilómetros do escritório do CEO da Nestlé, o governador de Maryland, EUA, cria uma taxa sobre a água da chuva que cai nas propriedades dos habitantes daquele estado. (A notícia aqui)

O primeiro pensamento que me invadiu a mente foi sobre a sabedoria da Mãe Natureza, ou nestes dois casos, na falta dessa sabedoria. Fosse a Natureza sábia e nenhum destes bandidos teria passado de um aborto expontâneo.

Findos os pensamentos positivos, apelei à minha racionalidade e como de costume, não tive resposta. Ainda assim insisti com os neurónios e o resultado foi uma sequência de perguntas: então e o petróleo? e o gás natural? e o ouro? o carvão? o ferro? o cobre? Não são também recursos naturais e bens comuns? Não foram também privatizados e explorados para o enriquecimento de uns à custa da necessidade de outros? Foram... e ainda são. Então há razão para espanto e indignação? Bem sei que a água é essencial ao Homem, mas o princípio é exactamente o mesmo.
Se se continua a aceitar um modelo de sociedade que premeia o empreendedorismo de gestores como o CEO da Nestlé, que permite ao legislador corrupto criar leis permeáveis a ideias aberrantes de governantes gananciosos e insanos, então não tenho que ficar espantado. Afinal de contas é só mais um recurso a ser explorado.

Agora fiquei expectante com próxima visita ao médico de família. Não é de admirar que o Sôdoutor me queira medir o perímetro toráxico para aferir a taxa que me será imposta pelo "consumo" de ar.

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